Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
mperpetuatm@yahoo.com.br

domingo, 27 de abril de 2008

30 DE ABRIL DIA DO QUADRINHO NACIONAL

As histórias em quadrinhos-HQs são enredos narrados quadro a quadro por meio de desenhos e textos que utilizam o discurso direto, característico da língua falada.

Para as atividades em sala de aula usamos o trabalho de Maurício de Souza "As sombras da vida" disponível em http://www.monica.com.br/comics/piteco/welcome.htm.

Houve um tempo em que as histórias em quadrinhos só entravam na escola escondidas. A publicação de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. No país o estilo comics dos super-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros).A única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que desenvolveu-se um conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas. Sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 60 e mais tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais ainda em atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos comportada do que a americana. No Brasil, supõe-se que a revista “O Tico-Tico” ( que tinha uma proposta educativa e moralizadora muito forte), tenha sido a primeira do mundo a apresentar histórias em quadrinhos completas. Ao ser criada e publicada em 1905, ela trazia: contos, textos informativos e curiosidades sobre matérias para crianças. Foi publicada e divulgada durante décadas e durou até 1956.

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, AMBIENTE E
CIDADANIA
Giovana Scareli(Unicamp e Uniopec)
[...}As HQs possuem características marcantes que as diferem de outras linguagens -
dois códigos de signos gráficos formam seu sistema narrativo:
- a imagem (desenho);
- a linguagem escrita.
A imagem dos quadrinhos é o desenho manual. A elaboração
manual revela a intencionalidade do desenhista na emissão do ato
sêmico e transforma o desenho em mensagem icônica, carregando em si,
além das idéias, a arte, o estilo do emissor. Em contraposição com a
fotografia, cujo estatuto primeiro é o de ser documento, registro, a
imagem desenhada visa o público consumidor das HQs, a comunicação
com mensagens codificadas.”
Cagnin, (1975).
A imagem (desenho) é uma marca das histórias em quadrinhos. Há HQ que não
utilizam palavras pois o desenho diz tudo através dos traços, das expressões. Uma HQ
pode ser feita apenas de imagens, porém não pode ser feita apenas de linguagem escrita,
senão não é HQ.
A linguagem escrita tem grande importância nos quadrinhos, pois
complementam a imagem e dirigem a leitura, segundo a intenção que o emissor lhe quer
dar. Também serve de ligação, palavra e imagem possuem, desta forma uma relação
complementar. Embora seja importante, ela ficou confinada quase que exclusivamente
aos balões (traçado que contém as palavras ou símbolos que formam o diálogo entre as
personagens) durante muito tempo. Porém existem outras formas de apresentar um texto
numa HQ, além do balão, como legendas, onomatopéias, o próprio título e também
palavras com significados visuais como por exemplo: um muro pichado no qual está
escrito alguma coisa que não faz parte do diálogo, mas é integrante do desenho.
Balão
O balão é um traço peculiar e distintivo das histórias em quadrinhos. O balão é
tão peculiar que na Itália ele dá o nome às HQs, que são chamadas de fumetti: fumaça
em italiano.
Nele estão presentes textos ou mesmo imagens que correspondem ao diálogo
mantido pelos personagens, seus pensamentos ou seus sonhos.
O balão pode ser colocado em qualquer lugar na história, porém de maneira que
seja compreendido pelo leitor, pois mesmo na leitura de histórias em quadrinhos lê-se
da esquerda para a direita e de cima para baixo, exceção feita aos quadrinhos orientais.
Há dois tipos de balões mais utilizados: o balão-fala e o balão-pensamento.
O balão-fala apresenta-se todo contornado, inclusive com um “rabicho”,
segundo Iannone, (1999), em linha contínua e voltado para quem está falando.
O balão-pensamento pode ser também contornado, porém, de forma ondulada,
quebrada ou de pequenos arcos ligados. A principal característica é que seu apêndice é
formado de pequenas bolhas ou nuvenzinhas que saem da cabeça de quem está
pensando.
O conteúdo dos balões pode ser constituído apenas de um sinal lingüístico ou
um grafema: um ponto de interrogação ou de exclamação, ou apenas uma letra. “Estes
sinais são índices do estado da alma da personagem” segundo Cagnin, (1975). Um
grafema também pode assumir valor onomatopéico. Como a letra “Z” num balão é
interpretada como um ronco, ou um sono pesado.
Legenda
Enquanto o balão representa a fala ou o estado de espírito da personagem, há um
outro elemento narrativo comumente usado: a legenda.
A legenda é um elemento externo à ação e funciona, geralmente, como um
narrador que está introduzindo ou explicando a história. Sendo assim, ela pode estar
localizada em diversos lugares da história, sendo mais utilizada na faixa de cima do
retângulo porque é, convencionalmente, o lado que começa a leitura. Porém as legendas
podem ocupar até páginas inteiras.
Onomatopéia
Um elemento muito usado e também peculiar dos quadrinhos é a onomatopéia.
“É a explosão sonora dos fumetti”, segundo Cagnin, (1975). Por meio da onomatopéia,
procura-se transmitir um ruído específico. Na maioria dos casos, ela está associada a
alguma situação, o que facilita a compreensão do leitor. Normalmente as onomatopéias
estão intrínsecas à ação, diferentemente dos balões e das legendas que ficam mais
distantes. Por exemplo, quando há uma cena de luta, geralmente o desenho é de uma
poeira onde vemos algumas pernas ou braços e várias onomatopéias: “POF”, “SOC”,
”TUMPT”, saindo da cena.
Algumas onomatopéias surgiram de verbos da língua inglesa e foram utilizados
pelos quadrinhos norte-americanos e hoje são usados em todo o mundo, como por
exemplo: CRASH, do verbo to crash, que significa – colidir, bater. SMACK, do verbo to
smack, que significa – beijar. SPLASH, do verbo to splash, que significa – esguichar.
Retângulos e Sarjetas
Outra característica dos quadrinhos é o retângulo, estabelecendo o limite da
ilustração. As imagens são colocadas dentro de retângulos com um pequeno espaço
entre eles que Mc Cloud chama de sarjeta. Este tipo de quadrinho com imagens
desenhadas com balões que possuem palavras são os tipos mais comuns e tradicionais
de quadrinhos.
As sarjetas que são os espaços entre um retângulo e outro, segundo Mc Cloud,
(1995), são elementos importantes na leitura dos quadrinhos. Nestes espaços vazios
entre um quadro e outro, o leitor faz a ligação das imagens e dos diálogos e precisa
imaginar o que aconteceu. Portanto nestes espaços é o leitor quem faz a história. Desta
maneira elas determinam o movimento e o ritmo dos acontecimentos. De um quadro
para o outro, às vezes é necessário imaginar uma grande história para ligar com o
próximo quadro.
Tempo e Movimento
A história em quadrinho é formada por um conjunto de desenhos fixos que
sugerem movimento e ritmo, através de uma variedade de recursos que indicam a idéia
de tempo e da sua duração.
A noção de tempo nos quadrinhos é dada principalmente pelas imagens, pelos
balões e pelos retângulos. Eles servem de apoio ao reconhecimento do tempo. Algumas
imagens são comuns aos leitores, por exemplo: se houver um relógio num quadro e no
quadro seguinte este mesmo relógio está com a hora diferente, significa um tempo que
passou. Um calendário que num quadro marca um dia e noutro outro dia, ou as folhas
deste calendário saindo uma a uma.
Nos balões a marcação do tempo mais comum é dizer quanto tempo se passou
através de lembranças da personagem, geralmente em balão-pensamento.
O número e o tamanho dos retângulos contribuem para marcar o ritmo da
história e a passagem do tempo. Se usamos muitos retângulos para fazer uma história,
tem-se a impressão de que o tempo da história foi maior do que se a história tivesse sido
feita em poucos quadrinhos. Este efeito pode ser usado com a variação do tamanho do
quadro. Por exemplo, a história se passa em três retângulos. Se estes retângulos são do
mesmo tamanho há uma idéia de tempo, se o retângulo do meio for mais comprido que
os demais, tem-se a impressão de que a cena que se passa nele, demorou mais tempo do
que as outras. Dessa forma o autor pode brincar com a variação de tempo, utilizando os
formatos e as quantidades de retângulos.
Quando é necessário comprimir o tempo, usa-se uma quantidade maior de
quadrinhos. Ao colocar os quadrinhos mais próximos uns dos outros, lidamos com um
tempo mais estrito.
A idéia de movimento nos quadrinhos pode ser percebida de diversas maneiras.
Geralmente são utilizados traços, ou o desenho de poeira para sugerir o movimento. Por
exemplo, quando um personagem está andando sai de seus pés uma poeirinha, ou se está
correndo, alguns traços são desenhados atrás dele, que sugere brisa provocada pelo
deslocamento rápido da personagem. É através destes traços que também sabemos se
está ventando numa história.
Cores
As cores também são importantes nos quadrinhos, depois que surgiram os
primeiros quadrinhos em cores, muitos personagens ficaram conhecidos pelas cores que
usavam. Um exemplo é a Mônica, criada por Maurício de Sousa, todos a reconhecem
pelo seu vestido vermelho. Ou o incrível HULK, criado por Stan Lee que é verde.
O uso das cores causou certos problemas no início, pois ficava muito caro
produzir quadrinhos coloridos. Sendo assim alguns quadrinhistas preferiram continuar
produzindo em preto e branco2 e os coloridos eram produzidos pelas grandes empresas[...].
Disponível em:
http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/19053/1/2002_NP16SCARELI.pdf

ACESSE:
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_seq%C3%BCencial_no_Brasil
url=http://www.mundocultural.com.br/artigos/Colunista.asp?artigo=692
http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n30012006_05.cfm
http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n30012006_05.cfm
http://www.alb.com.br/revistas/revista_01/lancam_01.asp
http://www.monica.com.br/comics/seriadas.htm
http://www.universohq.com/Quadrinhos/2007/review_Mauricio.cfm
(http://www.monica.com.br/comics/piteco/welcome.htm)

Academia Jovem de Letras de Garanhuns

Academia Jovem de Letras de Garanhuns foi criada pelo acadêmico João Marques e tem reuniões aos sábados no prédio da Academia de Letras de Garanhuns. Nestas , os jovens apresentam textos pessoais, assim como de outros escritores e discutem sobre temas relacionados e/ou recorrentes nos dias atuais. Estudantes de várias escolas participam do projeto, entre eles, alunos do Centro Experimental de Garanhuns que com toda certeza, juntos, tecem a história de Garanhuns na tessitura de suas próprias histórias.
João Marques e Luzinete Laporte.
Em atividade recente, os membros da academia Érika, Leandro, Rafaela e Rafaela Mélo participaram do lançamento do 5º livro "No Limiar" de Luzinete Laporte.