Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

ARTE E FILOSOFIA

Violeiro, 1899 - José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899)

Sobre esta temática Chauí(2002:144) pontua que a arte, da ótica da filosofia, viveu dois grandes momentos de teorização. No primeiro, inaugurado por Platão e Aristóteles, a filosofia trata as artes sob a forma de poética; no segundo, a partir do século XVIII, sob a forma da estética.
A palavra poética é a tradução para poiesis, portanto, para fabricação. A arte poética estuda as obras de arte como fabricação de seres e gestos artificiais, isto é, produzidos pelos seres humanos. Arte poética é o nome de uma obra aristotélica sobre as artes da fala e da escrita, do canto e dança: a poesia e o teatro (tragédia e comédia).
Estética é a tradução da palavra grega aesthesis, que significa conhecimento sensorial, experiência, sensibilidade. Foi empregada para referir-se às artes, pela primeira vez pelo alemão Baumgarten, por volta de 1750. Em seu uso inicial, referia-se ao estudo das obras de arte enquanto criação da sensibilidade, tendo por finalidade o belo. Pouco a pouco, substituiu
a noção de arte poética e passou a designar toda investigação filosófica que tenha por objeto as artes ou uma arte. Do lado do artista e da obra, busca-se a realização da beleza; do lado do espectador e receptor, busca-se a reação sob a forma do juízo de gosto, do bom gosto.
A noção de estética, quando formulada e desenvolvida nos séculos XVIII e XIX pressupunha:
1- Que a arte é produto da sensibilidade, da inspiração e da imaginação do artista e que sua finalidade é a contemplação;
2- Que a contemplação, do lado do artista, é a busca do belo (e não do útil, nem do agradável ou prazeroso) e, do lado público, é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza atingido pela obra;
3- Que o belo é diferente do verdadeiro. Verdadeiro é o que é conhecido pelo intelecto por meio de demonstrações e provas que permitem dedução e indução por meio de conceitos e leis.
O juízo de gosto teria, assim, a peculiaridade de emitir um julgamento universal, referindo-se, porém, a algo singular e particular.
Vejamos o poema de Jorge de Lima:

Poema do nadador
A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água e fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, que restara de ti, nadador?
Nada, nadador.

BIBLIOGRAFIA:
CHAUÍ, Marilena. Filosofia.São Paulo: Ática, 2002.
ACESSE:
http://www.pitoresco.com/laudelino/almeida_junior/almeida_junior.htm