Hans Christian Andersen em 1867
A história da Literatura Infantil começa a ser esboçada no início do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada diferente do adulto e a receber uma educação especial. Antes, não se encontra produções que possam ser tratadas como literatura infantil mesmo que se considere a existência de atividades expressivas e populares como as adivinhas, as rimas infantis e os jogos de palavras.
Percebe-se, inicialmente, na história da literatura infantil uma estreita ligação entre esta e a Pedagogia quando grandes educadores(Comenius, Basedow, Campe, Fénélon,ect) criam uma literatura para crianças e jovens com intenção fundamentalmente formativa e informativa. No percurso dessa história muitas questões têm sido levantadas no sentido de responder para que serve a literatura infantil. Na busca da distinção, emprego e de entendimentos sobre a palavra-informação e a palavra-arte a pressão do processo social/cultural/político, hoje em plena expansão, atua sobre a criação, ao nível ideológico, e não só altera a matéria literária (em estrutura/forma/linguagem/gênero, etc) como transforma a possível função do produto literário para além do prazer e emoção estéticos encaminhando a literatura a alterar ou transformar a consciência crítica de seu leitor receptor.(COELHO,1991.25).
Essas considerações me fazem lembrar as histórias infantis que li,criança e já adolescente, e que leio, agora adulta. Lembro da emoção que senti diante da tristeza e do desgosto de Geppetto ao falar a Pinocchio:
-Oh, seu canalhinha! Você ainda não está bem acabado e já começa a faltar com o respeito a seu pai? Faz mal, meu filho, muito mal, sabe?
Lembro que lendo vi a lágrima cair do rosto de Geoppetto. E não quis vê-la cair dos olhos da minha mãe.
Lembro quando li pela primeira vez A roupa nova do Imperador de Andersen. Sabia, com consciência social, que o imperador não estava com roupa, cresci e ainda hoje, como aquela criança, continuo vendo e confirmando o estado de nudez de muitos imperadores.
Fui enganada, manipulada? Havia traição na literatura infantil? O que li era literatura infantil mesmo sendo feita por um adulto?
O que fez com que eu pudesse pensar minhas atitudes e minha postura diante da vida nega o prazer da leitura?Se a leitura apontasse para outros valores teria eu a mesma atitude?
Dia 02 de abril é o dia internacional da literatura infantil, tão presente e tão ausente da prática pedagógica. Bem que poderia se tornar um dia de ação/reflexão/ação em torno daquilo que somos e nos tornamos por meio dela e/ou sem ela.
Oxalá a leitura aconteça!
BIBLIOGRAFIA:
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil-teoria,análise e prática.São Paulo:Atica, 1991.
CUNHA, Maria Antonieta. Literatura Infantil:Teoria e prática.São Paulo: Ática,
acesse informações sobre literatura infantil:
http://www.graudez.com.br/litinf/