Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
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segunda-feira, 18 de abril de 2011

PALHAÇO!

Estranho falar de palhaço
Quando palhaço me vi,
Quando palhaço me fizeram,
Palhaço me deixei fazer...
Mas, não sou eu quem o sou.
Ele é o outro, que encena, do outro lado do palco
Na apreensão dessa realidade,
Uma dor, nas aprendizagens de Shakespeare...
Confusão: do palhaço, do fato, da interpretação?
Será que pode um palhaço na solidão do palco
Construir uma idéia próxima à verdade?
No palhaço leveza ou mentira?
Mansidão ou cinismo?
Suavidade ou hipocrisia?
Busca de possibilidades ou jogo?
Jogo covarde!
No palhaço ou na interpretação?!
Que importa saber a resposta
Quando se tem uma platéia
que com ela concorda, seja qual for.
Pra quem pinta o rosto o palhaço.
o palhaço pinta o rosto para sobreviver?
Sim, me vi palhaço, pois palhaço me fizeram...
Longe da interpretação,o  palhaço que não sou
Um outro sou, às vezees
E na dor
No desgate da dor
A quase compreensão de uma realidade
E pra quê?
Não, não! O para que não me incomoda
Talvez, e muito mais, o pra quem?
Quem?????
Pois mesmo os trajes não sendo os mesmos
Fazer palhaçada não é tão incomum
Acho que palhaço não tem graça pra palhaços
Na cena, muitos rostos pálidos e mesmo assim pintados
Pálidos palhaços
E pra quem?
Graça pra quem?
Talvez por saber que o palhaço não pinta o rosto para viver
Pra que somente sobreviver?
Bem feito! Pra quem tem na alma shakespeare
Mas não apreendeu Maquiavel?
E aí diga lá meu irmão
E a vida o que é , o que é... ?
Até quando optar pela resposta da criança
E agora Maria? Maria e agora?
Quem não agüenta corre
Num é?
Mas correr para onde?
Se os atos se repetem
É que são as mesmas, algumas pessoas
E já não vivem como nossos pais.
Ah! Não vivem.
Não , não, vivem não, por que a corrupção não deixa não
Pintam a cara sim, mesma cara desbotada
Por que a verdade é trampolim.
“Vejam só
Que história boba
Eu tenho pra contar
Quem é que vai querer
Me acreditar
Eu sou palhaço sem querer...
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos, todos
Representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço
É natural...(Marcos Antônio/Sergio Sá)”
Então já não o sou
O que sou é mais forte
E o é, mesmo na dor
Não sei exatamente se essa dó é por mim
Ou pelos pálidos palhaços.


Perpétua Teles