Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
mperpetuatm@yahoo.com.br

terça-feira, 17 de março de 2009

ESCOLA SÃO CRISTÓVÃO CELEBRA MAIS UM ANO DE VIDA DE SEUS PROFESSORES

Como é comum, a equipe gestora e docente da Escola São Cristóvão esteve reunida para celebrar mais um ano de vida dos colegas educadores. Nesta ocasião foram parabenizadas as professoras que fazem aniversário no mês de março: Mônica, Luciana(profª), Luciana(Secretária) e Perpétua. No sábado dia 14/03 a equipe esteve reunida em uma festança no pátio da escola onde professores (as) e famílias puderam se confraternizar ao ritmo de um bom forró "Pé de Serra". Hoje o grupo se reuniu para cantar parabéns e desejar felicidades às aniversariantes. O momento foi bastante especial e descontraído. Só nos resta agradecer.



AFINAL, QUEM É O HOMEM?

VOCÊ PODE RESPONDER?
O homem de vitrúvio-Leonardo da Vinci

Iniciamos a discussão proposta pelas interrogações filosóficas a respeito do homem e sua natureza. Estamos trabalhando com o livro “Um outro olhar” de Sonia Maria Ribeiro de Souza. A autora inicia o segundo capítulo do livro instigando a discussão a partir do questionamento "O homem: quem é ele afinal? Lançamos a questão aos estudantes e indicamos as seguintes leituras também propostas no livro.

1- Especulações em torno da palavra homem
Carlos Drummond de Andrade

Mas que coisa é homem,
que há sob o nome:
uma geografia?

um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que a desmonte?

Como pode o homem
sentir-se a si mesmo,
quando o mundo some?

Como vai o homem
junto de outro homem,
sem perder o nome?

E não perde o nome
e o sal que ele come
nada lhe acrescenta

nem lhe subtrai
da doação do pai?
Como se faz um homem?

Apenas deitar,
copular, à espera
de que do abdômen

brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes

de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai e outro pai

e um pai mais remoto
que o primeiro homem?
Quanto vale o homem?

Menos, mais que o peso?
Hoje mais que ontem?
Vale menos, velho?

Vale menos morto?
Menos um que outro,
se o valor do homem

é medida de homem?
Como morre o homem,
como começa a?

Sua morte é fome
que a si mesma come?
Morre a cada passo?

Quando dorme, morre?
Quando morre, morre?
A morte do homem

consemelha a goma
que ele masca, ponche
que ele sorve, sono

que ele brinca, incerto
de estar perto, longe?
Morre, sonha o homem?

Por que morre o homem?
Campeia outra forma
de existir sem vida?

Fareja outra vida
não já repetida,
em doido horizonte?

Indaga outro homem?
Por que morte e homem
andam de mãos dadas

e são tão engraçadas
as horas do homem?
mas que coisa é homem?

Tem medo de morte,
mata-se, sem medo?
Ou medo é que o mata

com punhal de prata,
laço de gravata,
pulo sobre a ponte?

Por que vive o homem?
Quem o força a isso,
prisioneiro insonte?

Como vive o homem,
se é certo que vive?
Que oculta na fronte?

E por que não conta
seu todo segredo
mesmo em tom esconso?

Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?

Por que não se cala,
se a mentira fala,
em tudo que sente?

Por que chora o homem?
Que choro compensa
o mal de ser homem?

Mas que dor é homem?
Homem como pode
descobrir que dói?

Há alma no homem?
E quem pôs na alma
algo que a destrói?

Como sabe o homem
o que é sua alma
e o que é alma anônima?

Para que serve o homem?
para estrumar flores,
para tecer contos?

Para servir o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?

E sabe o demônio?
Como quer o homem
ser destino, fonte?

Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?


2- A Verdade
Luis Veríssimo

O homem é o único animal que ri dos outros. O homem
é o único animal que passa por outro e finge que não
vê.
É o único que fala mais do que papagaio.
É o único que gosta de escargots (fora, claro, o
escargot).
É o único que acha que Deus é parecido com ele.
E é o único...
...que se veste
...que veste os outros
...que despe os outros
...que faz o que gosta escondido
...que muda de cor quando se envergonha
...que se senta e cruza as pernas
...que sabe que vai morrer
...que pensa que é eterno
...que não tem uma linguagem comum a toda espécie
...que se tosa voluntariamente
...que lucra com os ovos dos outros
...que pensa que é anfíbio e morre afogado
...que tem bichos
...que joga no bicho
...que aposta nos outros
...que compra antenas
...que se compara com os outros
O homem não é o único animal que alimenta e cuida
das suas crias, mas é o único que depois usa isso
para fazer chantagem emocional.
Não é o único que mata, mas é o único que vende a
pele.
Não é o único que mata, mas é o único que manda
matar.
E não é o único...
que voa, mas é o único que paga para isso
que constrói casa, mas é o único que precisa de
fechadura
que foge dos outros, mas é o único que chama isso
de retirada estratégia.
que trai, polui e aterroriza, mas é o único que
se justifica
que engole sapo, mas é o único que não faz isso
pelo valor nutritivo
que faz sexo, mas é o único que faz um boneco
inflamável da fêmea
que faz sexo, mas é o único que precisa de manual
de instrução.

3- Platão

"Então, que e o homem?
-Não sei o que dizer.
-Mas sabes dizer que ele é aquele que usa do corpo, sabes dizer isso?
-Sim.
- E talvez seja algum outro quem usa do corpo, e não da alma?
-Não, a alma...
-E talvez a alma governe o corpo juntamente com o corpo? Esses dois são o homem?
-Pode ser.
-De modo algum, pois se o um, isto é, o corpo não governa, não há maneira de que possam governar os dois.
-Exatamente.
-E como o homem não é só corpo, nem o corpo é a alma juntos, conclui-se então que o homem não e nada ou, se é alguma coisa, não pode ser outra coisa senão a alma".


4- Epicuro

"Devemos escolher um homem bom e tê-lo sempre diante dos olhos, para vivermos como se ele nos observasse e para fazemos tudo como se ele nos visse".


5- Pascal

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água, bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que o que o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda dignidade consiste, pois, no pensamento".

SOUZA,Sônia Maria Brandão.Um outro olhar:filosofia.Sao Paulo:FTD,1995.