Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
mperpetuatm@yahoo.com.br

domingo, 15 de março de 2009

DIA DA ESCOLA(15 de março)

DIA DA ESCOLA. DIA DE QUE?...
Renoir (1901).


Vou socializar aqui um pouco da reflexão proposta por Brandão (1995) em seu trabalho “O que é Educação” no capítulo em que aponta historicamente o surgimento da escola.

ENTÃO, SURGE A ESCOLA...

“Mesmo em algumas sociedades primitivas, quando o trabalho que produz os bens e quando o poder que reproduz a ordem é dividido e começam a criar hierarquias sociais, também o saber comum da tribo se divide, começa a se distribuir desigualmente e pode passar a servir ao uso político de reforçar a diferença, no lugar de um saber anterior, que a firmava a comunidade. Então é o começo de quando a sociedade separa e aos poucos opõe: o que se faz, o que se sabe com o que se faz e o que se faz com o que se sabe. È quando, entre outras categorias de especialidades sociais, aparecem as de saber e de ensinar a saber. Esse é o momento em que a educação vira ensino, que inventa a pedagogia e reduz a escola a aldeia à escola.[...]
Nas sociedades primitivas que nos acompanharam até aqui, a educação escolar que ajuda a separar o nobre do plebeu, parece ser um ponto terminal na escola de invenção dos recurso humanos de transferência do saber de uma geração a outra. Também nas sociedades ocidentais como a nossa – sociedades complexas – a educação escolar é uma invenção recente na história de cada uma. Da maneira como existe entre nós, e educação surge na Grécia e vai para Roma, ao longo de muitos séculos da história de espartanos, atenienses e romanos. Deles deriva todo o nosso sistema de ensino e, sobre a educação que havia em Atenas, até mesmos as sociedades capitalistas mais tecnologicamente avançadas têm feitos poucas inovações. “Talvez estejam, portanto, entre os seus inventos e escolas, algumas das respostas às nossas perguntas”.
TALVEZ, HOJE, UM DIA PARA REPENSÁ-LA, RECONSTRUÍ-LA. TORNÁ-LA COMO PROPÔS PAULO FREIRE: UM LUGAR DE GENTE E ENTÃO O MELHOR.

PARA EVOLUÇÃO DA ESCOLA CLIQUE NO TÍTULO DA POSTAGEM.

SOBRE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR ACESSE:
http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=mFSOagRZlNoC&oi=fnd&pg=PA7&dq=a+importancia+da+escola&ots=CaXuUZgbej&sig=x4dEzL2S3UXUO5QwZewyOPyjGPU#PPA18,M1
IMPORTÂNCIA DA ESCOLA:
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-da-escola.htm

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação- 33ª ed- São Paulo: Brasiliense, 1995.

DIA DA POESIA NACIONAL(14 de março)

POESIAS X POEMAS. O QUE DIZEM? O QUE SINTO?



“Crítica da vida”(Mathew Arnold);”voltada para mensagem”(Roman Jakobson); “uma alegria eterna”(Keats); “palavras olhando para si mesmas”(Cecília Meirelles); “ um fingimento deveras”(Fernando Pessoa); “estrela que leva a Deus”(Victor Hugo); “ se faz com palavras e não com idéias”(Mallarmé); “palavras postas em músicas”(Dante); “ o que o meu inconsciente me grita”(Mário de Andrade); “ a descoberta das coisas que eu nunca vi”(Oswald de Andrade).

Não é difícil perceber que inúmeras tentativas têm, ao longo da história, buscado conceituações para poesia e poema. Poesia e poema são realmente coisas distintas? São coisas que se identificam? Quem são, em realidade, poesia e poema?
Em seu trabalho “Conceito de poesia” Lyra (1986) assim responde:

“Identificados pela consciência ingênua, poema e poesia são, e sem mais dúvida, coisas diferentes".

O poema é de modo mais ou menos consensual, caracterizado como um texto escrito (primordialmente, mas não exclusivamente) em verso. A poesia, por sua vez, é situada de modo problemático em dois grandes grupos conceituais: ora como uma pura e completa substância imaterial, anterior ao poeta e independente do poema e da linguagem, e que apenas se concretiza em palavras como conteúdo do poema, mediante a atividade humana; ora como condição dessa indefinida e absorvente atividade humana, o estado em que o indivíduo se coloca na tentativa de capitação, apreensão e resgate dessa substância no espaço abstrato da palavra.
O poema depois de criado, existe por si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em outro ser; propriamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se a percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta(ou não) objetiva-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho do indivíduo-poeta.
Este é o problema fundamental: se a poesia está no mundo originalmente, antes de estar no poeta ou no poema - e isso pode ser comprovado pela simples constatação popular de que determinados objetos/situações do mundo são poéticos – ela tem a sua existência literária decidida nesse trânsito do abstrato ao concreto, do mundo para o poema, através do poeta, no processo que a conduz do estado de potência ao objeto. Então se pode dizer que a existência primordial da poesia se vincula à daqueles seres que exercem algum influxo sobre o sujeito que entra em contato com eles e o provocam para uma atitude estética de resposta, consumando o trânsito – da percepção à objetividade - mediante uma forma qualquer de linguagem.
Um fato é que o que está no mundo pode provocar alguma coisa no ser humano. Em mim, em especial, as sensações, emoções, dores e sentidos que ainda me provoca o primeiro poema que absorvi - uma realidade absorvida pelo poeta:

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure".

(SONETO DE FIDELIDADE-Vinícius de Moraes)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
LYRA, Pedro. Conceito de poesia.São Paulo. Ática,1986.

Acesse poesia brasileira: http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp;
http://www.brasilcult.pro.br/estudos/literatura/poesia_brasil.htm