DIA DA ESCOLA. DIA DE QUE?...
Renoir (1901).
Vou socializar aqui um pouco da reflexão proposta por Brandão (1995) em seu trabalho “O que é Educação” no capítulo em que aponta historicamente o surgimento da escola.
ENTÃO, SURGE A ESCOLA...
“Mesmo em algumas sociedades primitivas, quando o trabalho que produz os bens e quando o poder que reproduz a ordem é dividido e começam a criar hierarquias sociais, também o saber comum da tribo se divide, começa a se distribuir desigualmente e pode passar a servir ao uso político de reforçar a diferença, no lugar de um saber anterior, que a firmava a comunidade. Então é o começo de quando a sociedade separa e aos poucos opõe: o que se faz, o que se sabe com o que se faz e o que se faz com o que se sabe. È quando, entre outras categorias de especialidades sociais, aparecem as de saber e de ensinar a saber. Esse é o momento em que a educação vira ensino, que inventa a pedagogia e reduz a escola a aldeia à escola.[...]
Nas sociedades primitivas que nos acompanharam até aqui, a educação escolar que ajuda a separar o nobre do plebeu, parece ser um ponto terminal na escola de invenção dos recurso humanos de transferência do saber de uma geração a outra. Também nas sociedades ocidentais como a nossa – sociedades complexas – a educação escolar é uma invenção recente na história de cada uma. Da maneira como existe entre nós, e educação surge na Grécia e vai para Roma, ao longo de muitos séculos da história de espartanos, atenienses e romanos. Deles deriva todo o nosso sistema de ensino e, sobre a educação que havia em Atenas, até mesmos as sociedades capitalistas mais tecnologicamente avançadas têm feitos poucas inovações. “Talvez estejam, portanto, entre os seus inventos e escolas, algumas das respostas às nossas perguntas”.
TALVEZ, HOJE, UM DIA PARA REPENSÁ-LA, RECONSTRUÍ-LA. TORNÁ-LA COMO PROPÔS PAULO FREIRE: UM LUGAR DE GENTE E ENTÃO O MELHOR.
PARA EVOLUÇÃO DA ESCOLA CLIQUE NO TÍTULO DA POSTAGEM.
SOBRE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR ACESSE:
http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=mFSOagRZlNoC&oi=fnd&pg=PA7&dq=a+importancia+da+escola&ots=CaXuUZgbej&sig=x4dEzL2S3UXUO5QwZewyOPyjGPU#PPA18,M1
IMPORTÂNCIA DA ESCOLA:
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-da-escola.htm
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação- 33ª ed- São Paulo: Brasiliense, 1995.
domingo, 15 de março de 2009
DIA DA POESIA NACIONAL(14 de março)
POESIAS X POEMAS. O QUE DIZEM? O QUE SINTO?
“Crítica da vida”(Mathew Arnold);”voltada para mensagem”(Roman Jakobson); “uma alegria eterna”(Keats); “palavras olhando para si mesmas”(Cecília Meirelles); “ um fingimento deveras”(Fernando Pessoa); “estrela que leva a Deus”(Victor Hugo); “ se faz com palavras e não com idéias”(Mallarmé); “palavras postas em músicas”(Dante); “ o que o meu inconsciente me grita”(Mário de Andrade); “ a descoberta das coisas que eu nunca vi”(Oswald de Andrade).
Não é difícil perceber que inúmeras tentativas têm, ao longo da história, buscado conceituações para poesia e poema. Poesia e poema são realmente coisas distintas? São coisas que se identificam? Quem são, em realidade, poesia e poema?
Em seu trabalho “Conceito de poesia” Lyra (1986) assim responde:
“Identificados pela consciência ingênua, poema e poesia são, e sem mais dúvida, coisas diferentes".
O poema é de modo mais ou menos consensual, caracterizado como um texto escrito (primordialmente, mas não exclusivamente) em verso. A poesia, por sua vez, é situada de modo problemático em dois grandes grupos conceituais: ora como uma pura e completa substância imaterial, anterior ao poeta e independente do poema e da linguagem, e que apenas se concretiza em palavras como conteúdo do poema, mediante a atividade humana; ora como condição dessa indefinida e absorvente atividade humana, o estado em que o indivíduo se coloca na tentativa de capitação, apreensão e resgate dessa substância no espaço abstrato da palavra.
O poema depois de criado, existe por si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em outro ser; propriamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se a percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta(ou não) objetiva-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho do indivíduo-poeta.
Este é o problema fundamental: se a poesia está no mundo originalmente, antes de estar no poeta ou no poema - e isso pode ser comprovado pela simples constatação popular de que determinados objetos/situações do mundo são poéticos – ela tem a sua existência literária decidida nesse trânsito do abstrato ao concreto, do mundo para o poema, através do poeta, no processo que a conduz do estado de potência ao objeto. Então se pode dizer que a existência primordial da poesia se vincula à daqueles seres que exercem algum influxo sobre o sujeito que entra em contato com eles e o provocam para uma atitude estética de resposta, consumando o trânsito – da percepção à objetividade - mediante uma forma qualquer de linguagem.
Um fato é que o que está no mundo pode provocar alguma coisa no ser humano. Em mim, em especial, as sensações, emoções, dores e sentidos que ainda me provoca o primeiro poema que absorvi - uma realidade absorvida pelo poeta:
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure".
(SONETO DE FIDELIDADE-Vinícius de Moraes)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
LYRA, Pedro. Conceito de poesia.São Paulo. Ática,1986.
Acesse poesia brasileira: http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp;
http://www.brasilcult.pro.br/estudos/literatura/poesia_brasil.htm
“Crítica da vida”(Mathew Arnold);”voltada para mensagem”(Roman Jakobson); “uma alegria eterna”(Keats); “palavras olhando para si mesmas”(Cecília Meirelles); “ um fingimento deveras”(Fernando Pessoa); “estrela que leva a Deus”(Victor Hugo); “ se faz com palavras e não com idéias”(Mallarmé); “palavras postas em músicas”(Dante); “ o que o meu inconsciente me grita”(Mário de Andrade); “ a descoberta das coisas que eu nunca vi”(Oswald de Andrade).
Não é difícil perceber que inúmeras tentativas têm, ao longo da história, buscado conceituações para poesia e poema. Poesia e poema são realmente coisas distintas? São coisas que se identificam? Quem são, em realidade, poesia e poema?
Em seu trabalho “Conceito de poesia” Lyra (1986) assim responde:
“Identificados pela consciência ingênua, poema e poesia são, e sem mais dúvida, coisas diferentes".
O poema é de modo mais ou menos consensual, caracterizado como um texto escrito (primordialmente, mas não exclusivamente) em verso. A poesia, por sua vez, é situada de modo problemático em dois grandes grupos conceituais: ora como uma pura e completa substância imaterial, anterior ao poeta e independente do poema e da linguagem, e que apenas se concretiza em palavras como conteúdo do poema, mediante a atividade humana; ora como condição dessa indefinida e absorvente atividade humana, o estado em que o indivíduo se coloca na tentativa de capitação, apreensão e resgate dessa substância no espaço abstrato da palavra.
O poema depois de criado, existe por si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em outro ser; propriamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se a percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta(ou não) objetiva-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho do indivíduo-poeta.
Este é o problema fundamental: se a poesia está no mundo originalmente, antes de estar no poeta ou no poema - e isso pode ser comprovado pela simples constatação popular de que determinados objetos/situações do mundo são poéticos – ela tem a sua existência literária decidida nesse trânsito do abstrato ao concreto, do mundo para o poema, através do poeta, no processo que a conduz do estado de potência ao objeto. Então se pode dizer que a existência primordial da poesia se vincula à daqueles seres que exercem algum influxo sobre o sujeito que entra em contato com eles e o provocam para uma atitude estética de resposta, consumando o trânsito – da percepção à objetividade - mediante uma forma qualquer de linguagem.
Um fato é que o que está no mundo pode provocar alguma coisa no ser humano. Em mim, em especial, as sensações, emoções, dores e sentidos que ainda me provoca o primeiro poema que absorvi - uma realidade absorvida pelo poeta:
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure".
(SONETO DE FIDELIDADE-Vinícius de Moraes)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
LYRA, Pedro. Conceito de poesia.São Paulo. Ática,1986.
Acesse poesia brasileira: http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp;
http://www.brasilcult.pro.br/estudos/literatura/poesia_brasil.htm
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