Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O PRAZER DO BELO

As grandes banhistas - Renoir

Para tratar essa questão destacamos os estudos de Costa(2004). A autora pontua que dentre as características mais importantes da arte, destaca-se a emoção e o prazer que ela desperta e que alguns filósofos identificam como o prazer do belo ou prazer estético. Para a autora trata-se do prazer que sentimos ao apreciar uma música, uma pintura, uma foto, uma dança... Um prazer diferente daquele que sentimos quando dormimos bem, comemos uma comida especial ou fazemos amor.
Davi - Michelangelo

O prazer que a arte desperta vem da forma das coisas, do som do colorido , do ritmo, da maneira como nós percebemos essas coisas. São as impressões agradáveis sugeridas pela forma, cheias de significado, cor, textura e mesmo pelo conjunto como um todo que constituem o prazer do belo.

Pietá - Michelangelo

O sentido da perfeição


[...]Para ser arte uma interpretação deve ser capaz de estimular a imaginação do público que a ela se entrega. A beleza que caracteriza a obra de arte deve vir de dentro do observador, sob a forma de uma entrega ou uma fruição emocionada.. O que faz a gente sentir essa emoção diante de uma música e não de outra, de uma imagem e não de outra, tem a ver com o que se viveu na infãncia, com o que se aprendeu em casa ou na escola. E também com o que se é, com nosso temperamento.Tudo isso nos faz sensíveis a determinadas linguagens e a certas soluções plásticas , visuais ou musicais.. Isso explica por que nem todos acham as mesmas coisas belas, nem são sensíveis aos mesmos efeitos. A emoção artística depende, portanto-conclui a autora- da sociedade em que se vive, da região, do tempo e das pessoas com quem convivemos.


São Jerônimo no deserto - Da Vinci


Desenvolvimento da sensibilidade

Segundo Costa(2004) aos poucos vamos desenvolvendo uma forma própria de apreciar esteticamente o mundo que nos rodeia. O prazer do belo depende também do nosso estado de espírito. Se estamos alegres ficamos mais sensíveis às obras de arte que transmitem alegria. Se ao contrário, nos emocionamos mais com as músicas ou imagens que parecem estar sintonizadas conosco, reproduzindo nosso humor ou nossas emoções.Algumas pessoas pensam que só as imagens graciosas e as músicas alegres são capazes de encantar as pessoas, mas isso não é verdade. Muitas vezes uma imagem ou uma música emocionam justamente porque são fortes e violentas. As cenas de terror nos emocionam não só pelo medo que causam, mas porque foram bem concebidas e despertam no público exatamente as emoç~es que seu autor tinha a intenção . Portanto a beleza depende também da habilidade do artista em expressar uma idéia e em nos despertar a emoção própria da beleza.


Caveira com cigarro acesso - Van Gogh


Relatividade da beleza

A beleza não é um valor universal, o que é belo para um pode não ser belo para outro.. A beleza está condicionada a diferentes critérios , conforme o tempo, o lugar, o sexo, a idade, o temperamento e o grupo ao qual pertencemos. É preciso que o público se deixe emocionar e aprenda a distinguir o que aprecia e por quê. Além disso, se compreendermos que cada um tem sua sensibilidade, não ficaremos escandalizados com as preferências do outro e respeitaremos os diferentes gostos.



Salvador Dalí - Metamorfose de Narciso


O belo e o bonito

A beleza vem da emoção que temos diante de uma obra de arte quando percebemos o que o artista tenta transmitir. A beleza vem também da sensação de conseguirmos ver o mundo da maneira que pensamos ter sido a intenção do artista. Talvez assim possamos compreender por que as pessoas afirmam que uma marcha fúnebre é bela, apesar de triste. Por que a beleza emociona, e o mundo da arte, como o mundo real que lhe serve de inspiração tem aspectos agradáveis e alegres e tristes também.Todos eles pela sua força inspiram o artista na longa disussão que ele trava conosco acerca da vida.

Referencial bibliográfico;COSTA, Cristina. Questões de arte:o belo, a percepção estética e o fazer artístico.2ª ed. reform. São Paulo: Martins, 2004.

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