Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
mperpetuatm@yahoo.com.br

domingo, 29 de março de 2009

ART NAIF, INGÊNUA ,PRIMIITVA...?

Estamos realizando estudos sobre Arte Primitiva e/ou Art Naif. Segue alguns fundamentos que poderão instigar sua curiosidade sobre a temática.
Henri Rousseau

ART NAIF
A Arte Naif ou Naive, também conhecida como arte primitiva ou ingênua, nasceu de uma arte pura. Puramente popular...
Alfred Jarry (1873-1907) foi o primeiro a empregar o termo art naïf para identificar a pintura ingênua de Henry Douanier Rousseau (1844-1910), artista admirado pela vanguarda da época, que incluía Picasso, Kandinsky e Matisse, entre outros.
Diz-se da arte que surge da espontaneidade como resultado da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, resultado do instinto. Como Art naïf ou arte ingênua apresenta-se o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que foge dos moldes acadêmicos, não se enquadrando nas tendências modernistas, nem,para alguns, nos conceitos de arte popular. Não se preocupando em preservar as proporções naturais nem os dados anatômicos corretos das figuras que representa situa-se numa linha próxima à da arte infantil, da arte do doente mental e da arte primitiva, sem, no entanto, se confundir com elas.
O artista naïf é apresentado como notadamente individualista em suas manifestações mais puras, muito embora, mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de inspiração na iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas suburbanas ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma criação totalmente subjetiva, sem nenhuma referência cultural.
Assim se faz necessário identificar algumas características gerais da Art Naif:
• Composição plana, bidimensional que tende à simetria e a linha.
• É sempre figurativa
• Não existe perspectiva geométrica linear.
• As pinceladas são contidas com muitas cores.

Artista principal:

Henri Rousseau (1844-1910), homem de pouca instrução geral e quase nenhuma formação em pintura. Em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar regras elementares de desenho, composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. Nos primeiros anos do século XX, após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert Delaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e posteriormente influenciou o surrealismo.

Outros Artistas Naifs:

Augusto Pinheiro (Nisa, 22 de Agosto de 1905 — Nisa, 18 de Outubro de 1994) foi um pintor português.
Aos nove anos de idade foi para o Entroncamento, trabalhar numa fábrica de rolhas, e daí para Lisboa. Tornou-se empregado de escritório e, após ter trabalhado em várias empresas, estabeleceu-se por conta própria, fazendo negócio de exportação de produtos alimentares.
Já no tarde da sua vida (aos 66 anos), o comerciante que sempre se interessara por arte, resolveu meter-se a pintor. Sem ter preocupações em saber se era de um estilo ou de outro foi pintando à sua maneira, acabando por ser identificado por Mário Oliveira como pintura "naif".
Aquele arquiteto e crítico de arte viria a escrever na apresentação de uma das suas exposições do pintor ingênuo de Nisa "a autêntica arte naïf, nasce no campo anímico da inocência e da simplicidade", considerando-o sem dúvida "a nossa primeira figura dentro desta arte".
Augusto Pinheiro que nunca teve escola tornou-se uma referência na pintura portuguesa dos nossos dias. Realizou numerosas exposições individuais e participou em inúmeras exposições coletivas.
Foram-lhe atribuídos alguns prêmios, nomeadamente o Primeiro Prêmio do XIV Salão Nacional (III Internacional) de pintura "naïf", por unanimidade do júri.
Foi-lhe atribuída a Medalha de Prata, pelo município de Nisa, quando do feriado municipal daquela vila em Abril de 1987.

Arnaldo Dias Baptista (São Paulo, 6 de julho de 1948) é um cantor e compositor brasileiro, mais conhecido por seu trabalho com Os Mutantes. Sua carreira musical tem início em 1962, quando ele forma com seu irmão Cláudio César o grupo The Thunders. Em 1966, convida seu outro irmão, Sérgio Dias, a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de Rita Lee. O grupo daria origem aos Mutantes. Ali ele desenvolve seus talentos de compositor e arranjador, mas depois de vários problemas e brigas internas, ele sai da banda em 1973.
Tenta seguir carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo. Lança Lóki? em 1974, considerado seu melhor trabalho.
Há quinze anos morando em um pacato sítio em Juiz de Fora, Minas Gerais com sua esposa Lucinha Barbosa, Arnaldo passa seu tempo pintando quadros, escrevendo, tocando e compondo.

Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, (Ribeira dos Campos, 10 de julho de 1909 — Caruaru, 20 de janeiro de 1963) foi um ceramista popular brasileiro.
Mestre Vitalino foi um artesão ceramista mundialmente conhecido por retratar em seus bonecos de barro a cultura e o folclore do povo nordestino. Esta retratação ficou conhecida entre especialistas como arte figurativa.
Parte de sua obra pode ser contemplada no Museu do Louvre, em Paris, na França
Mestre Vitalino foi tema de enredo da Império da Tijuca, no carnaval de 1977, e que 2009 voltará a ser tema de enredo da mesma escola.

FERREIRA — Louis Marius Amorim de Moraes nascido na cidade de Santos, em 13 de março de 1953, é um pintor moderno brasileiro, adepto da arte naïf. Iniciou sua carreira artística em 1979 e atualmente vive e desenvolve seu trabalho em Peruibe, litoral de São Paulo. As telas de FERREIRA retratam as imagens paradisíacas da Mata Atlântica, suas aves, seus mananciais e seus nativos. Seu trabalho prima por retratar a verdade revelada a cada dia nessa região, mais precisamente na Estação Ecológica da Juréia-Itatins. Desde jovem, além da pintura, despertou interesse também pela música, influenciado pelo avô que era maestro e pianista. Sua mãe também é pianista e o incentivava a se interessar por arte.

Djanira (1914-1979), sua arte é dividida em dois períodos, no primeiro, da década de 40, apresenta principalmente temas da vida carioca. As figuras sempre sugerem movimento e são contornadas por forte traço escuro. Na segunda fase, da década de 50 apresenta, sobretudo, as atividades rurais das mais diferentes regiões do Brasil. Nessa fase, suas cores são mais claras, mas os limites entre essas cores são bem nítidos.

Heitor dos Prazeres (1898-1966), é um artista que revela minúcias e detalhes da realidade que retrata. A figura humana é o centro de seus trabalhos e, nela, dois detalhes chamam a atenção do observador: o rosto quase de perfil e a forte sugestão de movimento, resultante do fato das figuras estarem quase sempre na ponta dos pés, como se dançassem ou simplesmente andassem. Sua arte deixa de lado os preconceitos e os fatos tristes da realidade social. Ao contrário, procura mostrar um mundo fraterno em que diferentes pessoas participam de uma mesma atividade. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1898, e faleceu na mesma cidade em 1966. Cresceu nas cercanias da zona do Mangue e da Praça 11. Aos sete anos de idade trabalhava na rua. Freqüentou as primeiras rodas de samba na casa da Tia Ciata. Está entre os fundadores da escola de samba Mangueira; e também 'Vai Como Pode', hoje Portela, nos anos 20.

Expoente do cavaquinho criou um método revolucionário para o instrumento. Compositor, instrumentista e letrista, em parceria com Noel Rosa compôs a música carnavalesca Pierrô Apaixonado. Notabilizou-se como compositor de música popular. Em meados dos anos 30 começou a pintar mulatas, malandros, o samba e o mundo da favela. Participou da Bienal de São Paulo em 1951. Fez diversas individuais no Brasil e mostras nacionais e internacionais. Um de seus quadros foi adquirido pela rainha da Inglaterra.Heitor dos Prazeres(1964)

SOBRE ART NAIF

Jorge Amado observou: "Sou daqueles que acham que a única pintura (falo de pintura, não de gravura e desenho) brasileira que possui caráter realmente nacional e se expressa numa forma decorrente de nossa cultura mestiça é a pintura 'naif', ingênua, primitiva - cada um escolha a designação que lhe pareça melhor."

Anatole Jakovsky, escritor, crítico de arte, avaliou: "Os pintores 'naifs' são os únicos pintores da Terra nos quais não se encontram traços ou reminiscências de Van Gogh, de Cézanne e de Picasso." Ele afirmou sobre a arte "naif": "A pintura mais direta, mais sincera e a menos encravada pelas convenções."

Lucien Finkelstein, fundador e presidente do Museu Internacional de Arte Naif do Brasil (MIAN), comenta: "Muitos 'naifs' brasileiros são reconhecidos no exterior, como Chico da Silva, que ganhou o prêmio 'Menção Honrosa' de pintura, em 1966, na 33ª Bienal de Veneza, a mais importante exposição mundial de arte contemporânea. O prêmio de Chico da Silva é um feito único para a pintura brasileira de todos os tempos."
"O adjetivo francês 'naif' vem do latim 'nativus', que significa nascente, natural, espontâneo, primitivo. Assim, pode ser substituído também por ingênuo e primitivo, mas as três palavras devem ser tomadas ao pé da letra. Todas têm origem no latim: ingênuo vem de 'ingenuus' (nascido livre) e primitivo, de 'primitivus' (que pertence ao primeiro estado de uma coisa). Essas três definições poderiam servir para caracterizar a pintura 'naif', que é natural, livre e pura."


Museu de art naif(MIAN) no Brasil
A sede do MIAN situa-se na Rua Cosme Velho, n°. 561, a 30 metros da estação do trenzinho que leva ao Corcovado, em uma casa tombada pelo Patrimônio Histórico, cercada de mangueiras centenárias, em área de mais de 1000 metros quadrados.

PESQUISA REALIZADA EM:
http://www.arteducacao.pro.br/hist_da_arte/naif/naif.htm
http://www.historiadaarte.com.br/artenaifbrasileira.html
http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=161
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Vitalino
http://www.historiadaarte.com.br/artenaif.html
http://www.museunaif.com.br/
http://www.museunaif.com.br/mianarte.asp?cid=1&vparte=1
http://www.marisavidigalartnaif.com/home.html
http://www.artcanal.com.br/oscardambrosio/artenaif.htm
http://www.arnaldobaptista.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Louis_Marius
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Louis_Marius
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Pinheiro
http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_965.html

2 comentários:

Anônimo disse...

Creio que a rotulaçao de um trabalho ou "estilo" de pintura seja absolutamente necessária por questões de metodologia científica, o rótulo em si. É isso ou aquilo. Porém sempre haverá o "perigo" de generalizarmos. A "arte do loucos" como Artur Bispo do Rosário, não pode ser colocada nos mesmos parâmetros de Henri Rousseau ou da minha pintura, são universos absolutamente diferentes.
É o perigo do rótulo...
Ferreira

Maria Perpétua Teles Monteiro disse...

Grata pela passagem. Sua contribuição, certamente, acrescentará muito as nossas discussões.