A Gerência Regional de educação do Agreste Meridional, sob a direção do professor Paulo Lins realizou,ontem, o primeiro encontro de Formação Continuada 2010 para os professores do Ensino Médio da região.O grupo de professores formadores, orientados pela professora Adelma Elias, Chefe da UDE, e sua equipe de técnicos, foi distribuído em quatro pólos nas cidades de Garanhuns, Lajedo, Águas Belas e Bom Conselho considerando as áreas de conhecimento que formam a grade curricular do Ensino Médio e Normal Médio. A programação foi planejada para ser vivenciada em 6 horas/aula(das 8h às 14h) com aproximadamente 500 professores anteriormente inscritos e que optaram pelos encontros aos sábados.
(Fotos Pólo Bom Conselho)
A pauta única de estudos, para todos os pólos, contemplou as seguintes atividades:
• DINÂMICA DE SOCIALIZAÇÃO/REFLEXÃO: ABRINDO JANELAS
• APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA – GPEM/ GRE E OBJETIVO DO ENCONTRO
ESTUDOS:
• DAS MATRIZES DE REFERÊNCIA - SAEPE e ENEM
• BASE LEGAL
TEMPESTADE DE IDÉIAS:
• MEMÓRIA SOBRE SD
• SUBSÍDIO – DIÁRIO REFLEXIVO.
• INTERVALO/ LANCHE
• DINÂMICA – ENTREVISTA MUSICAL
• ( RE) LEITURA COMPARTILHDA DO TEXTO SEQUÊNCIA DIDÁTICA - GPEM.
• EXPOSIÇÃO DOS SLIDES – SEQUÊNCIA DIDÁTICA – O QUE É ?
• DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS
• ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS POR ÁREA – II UNIDADE.
• SOCIALIZAÇÃO.
• CONTRIBUIÇÕES.
• COMENTÁRIOS FINAIS.
• AVALIAÇÃO
Para o evento cada formador recebeu um CD com slides sobre as temáticas a serem abordadas, músicas, dinâmicas, leis e documentos oficiais. Para que os professores possam organizar o material, como um possível diário de bordo da formação, foi entregue a cada participante uma pasta com os materiais necessários.
No que concerne ao pólo de Bom Conselho o encontro contou com a presença de mais ou menos 15 participantes por formador. Essa quantidade possibilitou que os conteúdos fossem trabalhados com precisão e riqueza de detalhes permitindo maior e melhor interação entre os professores das escolas presentes e os professores formadores.
Documentos oficiais foram revisitados, estudados e discutidos com a seriedade e compromisso que requer a educação para sociedade atual.
As dinâmicas trouxeram ao grupo momentos de descontração e lazer o que tornou o sábado um dia agradável e de encontros necessários às relações interpessoais.
Os lanches e cuidados com o ambiente ficaram sob a responsabilidade dos gestores e colaboradores.
O planejamento organizado em forma de seqüência didática, considerando os conteúdos para segunda unidade, trouxe um clima de utilidade e funcionalidade para o momento.
Em suma, pode-se dizer do dia que, aos educadores, foi possível momentos de produção e discussão intelectual que apontam para uma prática pedagógica esclarecida, planejada, realista e esperançosa como pontua a concepção de seqüência didática proposta por uma das professoras:
“Plantar a semente
Regá-la
Adubá-la
Observar seu crescimento
Remexer o solo
E esperar...A VIDA”
Nesse esperar a vida segue com um texto que não precisou ser lido:
A RESIGNAÇÃO COMO CUMPLICIDADE
Mário Sérgio Cortella
Não Nascemos prontos!
Provocações Filosóficas
O Escritor Denis de Rougemont, um arguto defensor da unidade européia e, especialmente, um estudioso da ocidentalidade, disse algo (em meados do século passado) que inspirou discursos conhecidos de muitos políticos: “A decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: “O que irá acontecer ?”, em vez de inquirir: “O que posso eu fazer ?”
A decadência (seja ela na sociedade mais ampla, seja em quaisquer instâncias como família, trabalho, política etc.) principia quando o imperativo ético da ação é substituído pela acomodação e pela espera desalentada, isto é, quando se abre mão do dever que emana da liberdade e se exige, para ser exatamente livre, uma intervenção consciente. Isto é lembrado em função de um sorrateiro entorpecimento que acomete a muitos, aniquilando pouco a pouco a capacidade de reagir e apontar como fora de lugar muitas coisas que parecem encaixar-se, sem arestas, na vida cotidiana e que precisam ser fortemente rejeitadas, de modo que esta não dê lugar ao abatimento que apenas aguarda, em vez de buscar provocar resultados.
Estamos nos acostumando – com rapidez e sem resistência ativa – com alguns desvios que parecem fatais e inexoravelmente presentes, como se fizessem “parte da vida”: violência, desemprego, fome, corrupção e outros.
É a prostação como hábito! É o conveniente pesar estampado no rosto e nas palavras, para disfarçar uma simulada impotência individual, mas que, no fundo, é expressão de um egonarcisismo indiretamente conivente. Tão confortável assim pensar... Lembre-se, então, de Fernando Pessoa, para o qual “na véspera de não partir nunca, ao menos não há que arrumar as malas”.
É a prostação como hábito! É o conveniente pesar estampado no rosto e nas palavras, para disfarçar uma simulada impotência individual, mas que, no fundo, é expressão de um egonarcisismo indiretamente conivente. Tão confortável assim pensar... Lembre-se, então, de Fernando Pessoa, para o qual “na véspera de não partir nunca, ao menos não há que arrumar as malas”.
Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E se há algo que Paulo Freire fez o tempo todo foi incendiar a nossa urgência de esperanças.
Seria possível também usar aqui palavras como desalento, desânimo, ou até covardia tolerante. Julio Cortazar, o argentino que deu novos contornos à prosa latino-americana dos anos 1960 em diante, afirmava que “a covardia tende a projetar nos outros a responsabilidade que não se aceita”. Ou, pensando de outra forma, visite-se o romancista francês Jules Renard, com sua obra permeada por ironias cruéis: “Dando ouvidos apenas à sua coragem que nada lhe dizia, ele absteve-se de intervir”...
Por isso, resignar-se é, de forma contundente, concordar involuntariamente ou, até, ser cúmplice passivo. Melhor ficar com o vaticínio de André Destouches, compositor e diretor artístico da Ópera de Paris no reinado de Luís XV; o músico, especializado em tragédias líricas, advertia que “os ausentes nunca têm razão”.
e uma palavra dita:
Eclesiastes 3
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.
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