Nos anos oitenta ouvia mudanças
E cantava confirmando a melodia...
"Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos.
Fazer limpeza no armário
Retirar traças e teias
E angústias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
Deixar de ser menina
Pra ser mulher!
Hoje eu vou mudar
Por na balança a coragem
Me entregar no que acredito
Pra ser o que sou sem medo.
Dançar e cantar por hábito
E não ter cantos escuros
Pra guardar os meus segredos
Parar de dizer:
"Não tenho tempo pra vida
Que grita dentro de mim
Me libertar!"
Hoje eu vou mudar
Sair de dentro de mim
E não usar somente o coração
Parar de cobrar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão!
Voar livre
Com todos os meus defeitos
Pra que eu possa libertar
Os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões!
Hoje eu preciso
e vou mudar
Dividir no tempo
E somar no vento
Todas as coisas
Que um dia sonhei
conquistar,
Porque sou mulher
Como qualquer uma
Com dúvidas e soluções
Com erros e acertos
Amor e desamor.
Suave como a gaivota
E ferina como a leoa
Tranqüila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária!
Feliz e infeliz
Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião,
Porque sou mulher
Com todas as incoerências
Que fazem de nós
Um forte sexo fraco"!
Vinte anos depois a música me toma
mais uma vez
No entanto, não mais a mesma
Só a reflexão sobre a mudança
Envelheci, talvez
E a vontade de mudar
Já não é tamanha
Pois, aprendi a vasculhar as gavetas
E nelas já não há ressentimento, nem ransos
No armário as traças e teias, não dominam a mente
Mesmo as coisas pelas quais sofro
Já não sendo tão pequeninas
Ás vezes menina
No lugar da mulher
Me entreguei ao que acredito
E na balança
Os cantos escuros fogem da luz
O tempo pra vida é a vida vivida
As amarras da razão
Enlaçadas às do coração
Sempre juntas
Não me impedem de voar, de vez em quando.
Sim, sou mulher
Com erros e acertos
Amor e desamor.
Suave como a gaivota
E ferina como a leoa
Tranqüila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária!
Feliz e infeliz
Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião,
Sim, sou pessoa
Numa parte que é todo o mundo
Em outra fundo sem fundo
Uma parte que se espanta
Uma outra que canta
A parte que chora é multidão
A outra que canta é solidão
Uma parte pesa
A outra pondera
Uma parte de mim
é só vertigem
outra parte
linguagem
Como mudar?
Traduzir uma parte
Na outra parte
Pode até ser questão de vida ou morte
Mas não é ARTE
Por que uma arte não aprendi...
MUDAR MINHAS ENTRANHAS
DEIXAR DE SER ESTRANHEZA
NESSA MULTIDÃO.
ACESSE:
http://letras.terra.com.br/vanusa/383742/
http://letras.terra.com.br/fagner/45957/
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