Queridos alunos e colegas, na verdade, penso que não estou organinizando um blog, pois não sei fazê-lo, no entanto, estou utilizando este espaço para socializar informações, experiências, aulas e a partir daí, quem sabe, instigar e contribuir com a discussão sobre um ensino de arte mais produtivo que vise construir competências para o exercício de uma cidadania ativa. Sou graduada em Letras, com formação em Pedagogia e Psicopedagogia. Em 2006 aceitei, com agrado, a incumbência de lecionar arte no Centro de Ensino Experimental de Garanhuns. Em sua maioria os professores de arte, da rede pública, não têm formação específica para tal atividade. Meu caso. Este fato levou-me a sentir aquele frio na barriga dos grandes desafios. Trago como ponto de apoio o fato de que nos Centros os professores de Arte lecionam apenas arte o que difere da prática comum no estado onde os professores lecionam arte para complementar carga horária, outro fator é o de que nos CENTROS temos duas aulas semanais nas três séries do Ensino Médio(nas demais escolas uma aula no primeiro ano). Com essa perspectiva de realizar um trabalho que terá continuidade iniciamos nossas atividades com um questionário aplicado com o objetivo de direcionar o planejamento, os conteúdos e perceber as representações que os alunos trazem de arte e da prática pedagógica de arte do Ensino Médio. Nele perguntávamos aos alunos qual a importância do ensino de arte e o que eles tinham aprendido na disciplina. Apesar dos consideráveis avanços teóricos na forma de entender o papel da arte na escola obtivemos como resposta, em sua maioria, o que empiricamente sabíamos da percepção dos educandos: "arte não serve para nada"; "serve para tomar tempo"; "passar tempo"; "pintei o coelhinho da páscoa e cortei as bandeiras do São João". Essas foram algumas das respostas, sem destacar àquelas relacionadas à prática, formação e compromisso dos professores. Essa realidade faz parte da história do ensino de arte que vem sendo construída no país. A disciplina Educação Artística tornou-se obrigatória na escola devido à lei 5.692 de 1971. Uma lei que, não levando em consideração a insuficiência de profissionais preparados para ocupar esse lugar na escola, resultou em muitos atropelos, em arranjos e força de improvisação. Uma realidade que também atingiu as Universidades que para atender à lei tiveram que apressadamente abrir cursos de formação de arte-educadores dois anos depois, como vemos as conseqüências ainda não foram sanadas. Depois de décadas, congressos e discussões sobre o ensino da arte na escola chegamos à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) que disciplina em seu Artigo 26 parágrafo 2º "O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Percebemos que muito ainda precisa ser feito nesse intento, porém compreendemos que é preciso aprender realmente fazendo, buscando possibilidades. Assim posto esse blog foi pensado visando socializar as dificuldades e os caminhos que encontraremos para dar conta de um ensino de arte que faça diferença na vida dos educandos e de nós educadores. Um ensino de arte, que como toda educação, com um conteúdo comprometido com as questões sociais que tanto, ao longo da história, têm sido discutidas. Não sei o caminho, sei apenas que quando penso em vida na escola, penso no ensino de arte; quando tento significar a escola de Paulo Freire, penso em arte; quando penso em alegria, cor, luz, penso em arte; quando penso em conhecimento e sabedoria, penso em arte, daí o desejo de fazer aprendendo e quem sabe contribuindo com a educação e com a prática de um ensino de arte respaldado na valorização da bagagem cultural do educando, na ênfase ,no respeito e no interesse por diferentes culturas através da leitura crítica e atenta de obras de arte e do mundo no qual estamos inseridos nós aprendentes. Esse espaço tecendo cidadania com arte servirá como página inicial, capa, espaço de discussão, índice e indicador de outros espaços que julguei necessários para dar conta dos conteúdos dos três anos. Espero que você click e navegue na minha falta de medo de não saber conduzir o barco e nas verticalidades e horizontalidades do ser educador possamos tecer História contando histórias.
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