Professora Maria Perpétua Teles Monteiro
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sábado, 18 de abril de 2009

Elogio da Dialéctica

A morte de Sócrates(Louis David, 1787)

A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
(Bertold Brecht)

(Às vezes o sentimento de tristeza nos invade pelo caminho da decepção que sentimos ao perceber o mundo construído pelas forças humanas. E não haveria como a ela reagir se não fosse a certeza da vitória, não apenas do final, no final, mas na vitória que se estabelece todos os dias, no incomodo dos vencidos, na inveja dos vencidos, na falta de criatividade dos vencidos, na imitação dos vencidos, no caminho cheio de pedras. Pedras que tiramos, usamos, adaptamos, carregamos, pulamos. É bom ser bom... Sentir-se em busca do bem, não por que podemos, mas por que o bem se fez para nós. QUEM É O VENCIDO? QUEM É O VENCEDOR? Até onde vai a dialética?....)

ACESSE: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/mortedesocrates.htm

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